CPRM libera gratuitamente dados brutos e processados (XYZ) de aerolevantamentos geofísicos

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) dá um passo importante para atrair novos investimentos e fomentar o setor mineral brasileiro, desta vez, liberando gratuitamente os dados brutos e processados, em formato XYZ, dos levantamentos aerogeofísicos de seu amplo acervo. Atendendo à proposta da SBGf, realizada no VII SimBGf, essa ação, definida como um dos pilares principais pela Diretoria Executiva da empresa para fomentar o setor mineral brasileiro, constitui um programa contínuo e prioritário de disponibilização de dados e informações geocientíficas à sociedade.

 

“Estão sendo disponibilizados no GeoSGB, Banco de Dados da CPRM,  inicialmente os dados brutos e processados (XYZ) de 95 projetos aerogeofísicos, da série 1.000 e seus respectivos relatórios técnicos de aquisição. No decorrer desta ano os demais projetos serão disponibilizados para download, explica o diretor-presidente da CPRM Eduardo Ledsham, destacando ainda que a iniciativa universaliza o acesso aos dados aerogeofísicos existentes no Brasil. “ É a reposta da empresa, a uma demanda antiga da comunidade científica e do setor mineral.”  Ledsham informa ainda que cerca de 95% do embasamento cristalino do Brasil já estão mapeados  com modernos métodos e equipamentos  de ponta.  

 

O chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE) da CPRM, Luiz Gustavo Rodrigues Pinto, avisa que inicialmente, os downloads dos dados dos projetos aerogeofísicos estarão disponíveis no GeoSGB durante a semana entre as 18:00h e 07:00h. Luiz Gustavo avalia que o acesso da sociedade a esses dados é um importante passo para o desenvolvimento, tanto da área privada, quanto da área científica do país.

 

Os primeiros levantamentos aerogeofísicos executados no Brasil, desde a década de 1950, foram patrocinados por instituições federais do governo brasileiro, tais como Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás). A atuação da CPRM se iniciou em 1971, quando assumiu o papel de órgão executor de projetos aerogeofísicos sistemáticos (magnetometria e gamaespectrometria), a princípio por meio de convênios com o DNPM que procuravam atender politicas governamentais coordenadas pelo Ministério de Minas e Energia de promover o recobrimento aerogeofísico dos terrenos pré-cambrianos do escudo brasileiro.

 

Entre 1971 e 2001 foram executados 48 projetos aerogeofísicos em diversas regiões do país, sendo que, a maioria dos projetos aerogeofísicos tiveram características de levantamentos regionais, ou seja, com espaçamento das linhas de voo variando de 2.000 a 1.000 m e altura de voo de 150 m. Nesse período foi recoberta uma área de cerca de 2.413.323 km².

 

A partir de 2004, iniciou-se uma nova fase nos aerolevantamentos geofísicos, onde todos os projetos de magnetometria e gamaespectrometria foram realizados com espaçamento de 500 m entre as linhas de voo, altura de voo de 100 m e direção das linhas de voo N-S. Nesse período, foi recoberta uma área de cerca de 3.726.364 km², o que corresponde a 43,76% do território brasileiro e aproximadamente 95% do embasamento cristalino do Brasil. De 2004 a 2014, o investimento para a aquisição desses aerolevantamentos correspondeu a US$ 188 milhões de dólares.

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Sociedade Brasileira de Geofísica